Saturday, 18 October 2014

Livro examina complexa convivência entre humanos e onças; Brasil

Livro examina complexa convivência entre humanos e onças 

Em ‘O rastro da onça’, antropólogo Felipe Süssekind explora as relações entre ecologia, caça, criação de gado e turismo na região do Pantanal 

18-10-2014  por Bolívar Torres, O'Globo, Brasil


RIO — Desde o final dos anos 1970, quando surgiram as primeiras pesquisas de campo voltadas para a vida natural, a onça vem sendo a espécie que atraiu o maior número de projetos de preservação no país. Para o antropólogo Felipe Süssekind, contudo, mais do que um símbolo de conservação, o animal é a personificação do que entendemos por “selvagem”; importante dentro da mitologia e na arte dos povos nativos, sua existência parece guardar segredos, remetendo a tudo aquilo que de alguma forma está fora da esfera conhecida. A complexa relação entre homem e fera, com suas intersecções culturais, comerciais e ecológicas, está no centro do recém-lançado “O rastro da onça — Relações entre humanos e animais no Pantanal” (7Letras, 203 páginas, R$ 39). No livro, Süssekind examina a rede de trocas entre os diferentes agentes — vaqueiros, caçadores, biólogos, onças, vacas e cães de caça — das zonas de preservação do Pantanal. Ao analisar a reciprocidade de olhares entre humanos e não humanos, oferece um contraponto à constituição do animal como um mero objeto: a onça deixa de ser um simples item na coleção de história natural para habitar um mundo.

Por que a opção pela onça pintada?
Quando eu estava cursando o doutorado em antropologia no Museu Nacional (UFRJ), tomei conhecimento de alguns projetos de conservaçãp, na região do Pantanal, que me chamaram atenção porque estavam sendo realizados dentro de fazendas, lugares habitados por pessoas, e não em locais como parques ou reservas naturais, idealmente isolados da presença humana. Havia aí uma interseção interessante entre fatores ecológicos e fatores culturais. Eu queria trabalhar com relações entre humanos e animais, e as relações entre onças, gado, vaqueiros e projetos científicos me pareceram propícias para uma pesquisa antropológica.

Ao contrário da antropologia clássica, que estuda apenas os seres humanos, o seu livro busca também uma "antropologia animal". Como definiria esse desafio?
Nos últimos trinta anos, aproximadamente, surgiram múltiplos questionamentos da divisão entre humanos e humanos imposta pelo pensamento científico e filosófico tradicional. Esses questionamentos implicaram a reconsideração da atribuição prematura do protagonismo das relações ao ser humano. Muitas vozes na filosofia contemporânea, na antropologia, na biologia, precisaram encontrar ideias novas para lidar com a questão do animal. O conceito de devir animal, formulado por Deleuze e Guattari, a ideia do animot, formulada por Derrida, são alguns exemplos de como essa questão despertou a necessidade de novos repertórios conceituais que colocaram em xeque muitos dos valores estabelecidos pela tradição. Surgiram a partir daí novas perspectivas interessantíssimas sobre as relações que se constituem entre humanos e animais. Uma referência fundamental nesse campo, atualmente, é o trabalho de Donna Haraway, que mostra como somos constituídos pelas relações que tecemos com o que ela chamou de “espécies de companhia”. Essas são algumas das influências para o que tem sido chamado de etnografias multi-espécies, trabalhos que descrevem redes de relações nas quais os animais são focos de agência, e não apenas objetos ou repositórios de projeções humanas. A antropologia sempre falou de relações com animais, mas talvez agora experimente uma mudança que tem a ver com o questionamento da grande divisão entre natureza e cultura que marcou sua origem, com a delimitação daquilo mesmo que constitui seu objeto como uma ciência do humano.

Qual a importância da troca de olhares na relação entre humanos e onças?
(O crítico de arte inglês) John Berger observou que os zoológicos são um monumento ao desaparecimento dos animais da vida urbana moderna. Um lugar onde podemos olhar para os animais, mas onde é impossível encontrar o olhar de um animal. O interesse pelo olhar dos animais, nesse sentido, é a procura por uma relação que está se perdendo. Não só as espécies estão desaparecendo em um ritmo alucinante, mas também as experiências, sentimentos, modos de relação, tudo isso está em vias de extinção junto com elas. O interesse pelo olhar é um interesse pela alteridade, pelos mundos próprios que se constituem para cada espécie, o mundo que surge da percepção singular de cada um dos seres. No caso da onça, Guimarães Rosa escreveu uma novela fantástica chamada “Meu tio, o iarauetê”, que nos convida a experimentar o ponto-de-vista da onça, habitar um corpo onça. A literatura é capaz de evocar essa experiência, que a filosofia de alguma forma tende a excluir. Além disso, é muito forte entre aqueles que dividem o espaço com as onças, como os moradores do Pantanal, a sensação de se estar sendo observado. As onças muito raramente se deixam ver, são animais que estão a espreita, predadores. Trata-se, nesse caso, de um olhar que remete a um sentimento muito primitivo, talvez, de que somos presas em potencial. Acho que isso é um aspecto muito forte que marca os lugares onde as onças habitam, a compreensão corporal de que estamos inseridos nesse jogo de olhares ligado à caça, à predação.

O que a maneira como olhamos os animais diz sobre nós?
O animal foi definido na filosofia ocidental como uma espécie de humano genérico, um ser que está excluído daquilo que se considera como sendo a singularidade humana – razão, linguagem, consciência, ou seja qual for o critério –, e isso repercute no nosso olhar. Os animais são considerados objetos para os sujeitos humanos, são definidos em termos de valores utilitários, e não de valores intrínsecos. Não somos mais capazes de reconhecer neles a presença de uma alteridade significativa, vemos apenas reflexos de nós mesmos. Acho que isso diz muito a respeito do nosso mundo, e diz muito também a respeito da crise ambiental em que nos encontramos, que tem raízes na formulação do domínio humano sobre os outros seres, na concepção da natureza como recurso para a empresa civilizatória humana. Nosso olhar para os animais é marcado por ideais de dominação, domesticação, e por isso raramente nos torna capazes de lidar com as possibilidades e segredos que eles nos apresentam, ou de entendermos a nós mesmos como seres vivos inseridos em redes de relações que nos ultrapassam.

Você diz que as semelhanças entre as antigas imagens de caça e as imagens de pesquisadores dedicados à preservação se reunindo em torno de onças anestesiadas se tornaram um elemento central na sua pesquisa. Por quê?
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O que considerei um elemento central na minha pesquisa foi a relação entre as caçadas tradicionais e as capturas de onças para as pesquisas científicas. As semelhanças entre as imagens me apontaram linhas de continuidade entre as duas coisas. Por um lado, o que essas imagens mostram são modos de relação antagônicos com a onça. Em um caso ela está sendo abatida, em outro sendo estudada, tendo em vista a conservação da espécie. Mas isso tudo isso se dá, vamos dizer, no plano das legendas. Apesar dessa diferença fundamental quanto aos resultados, ambas as imagens mostravam um grupo de pessoas reunido em torno de uma onça que estava inerte, e que havia sido capturada com a ajuda de cães farejadores, o método de caça tradicional pantaneiro. Hoje em dia há outros métodos que substituem o uso de cães nas pesquisas científicas, mas até muito recentemente este era o método mais utilizado. Procurei então descrever, a partir daí, como antigos caçadores pantaneiros, com suas seu conhecimento da região e dos animais, tiveram, e ainda têm, uma participação fundamental nas práticas de conservação. É um tema controverso, porque alguns deles realmente passaram a trabalhar para projetos e organizações ambientais, enquanto outros ficaram trabalhando pra os dois lados, fazendo capturas mas também caçando onças para os fazendeiros. Mas tanto os caçadores locais quanto os cães eram fundamentais para a realização das pesquisas com o uso de colares de rádio/GPS, e procurei descrever como isso se dava. Há uma oposição muito simplista, nessa temática do conflito entre humanos e animais, entre a imagem da onça ameaçadora, nociva aos negócios, e a imagem da onça ameaçada, que precisa da nossa proteção. O que se percebe in loco é que a situação é mais complexa e ambígua do que parece. A ideia do conflito com um animal nocivo não é um ponto de vista unilateral, mas antes um contexto de efetuação entre outros, o que se evidencia com as relações de aliança que surgem entre biólogos, fazendeiros e vaqueiros no caso da conservação da onça pantaneira.

Quanto mais protegemos os animais, mais nos afastamos deles?
Para as pessoas que compartilham seu espaço de vida com animais como a onça, é preciso respeito, cautela, a onça é um animal fascinante e ameaçador ao mesmo tempo. O problema é que as vezes os filmes, ou matérias, que tratam dessa temática, recorrem a uma visão estereotipada tanto dos animais quanto das populações que convivem com eles. Isso cria um afastamento ao invés de nos lançar no problema. O modo como a preservação é formulada tende muitas vezes a acentuar uma separação entre o mundo natural, habitado pelas onças, e o mundo em que nós humanos habitamos. Para conservar a onça, dizem, temos que criar áreas naturais intocáveis, das quais nós humanos estamos excluídos. Nesse sentido, a preservação seria um corte, como se a única forma de coexistirmos com esses animais fosse que não tivéssemos mais nenhuma relação com eles. O ecoturismo, que é uma alternativa importante no Pantanal para a conservação, nos permite observar os animais em vida livre. Mas o modo como isso se dá, todo o aparato que se interpõe entre os animais e aqueles que os observam – caminhonetes, câmeras, holofotes, guias – é um dispositivo que nos coloca na posição de sujeitos e aos animais na condição de objetos. O fato de que os animais são capazes de nos olhar tende a se perder nessa relação.

Friday, 17 October 2014

Oaxaca, ejemplo de conservación del jaguar en el sureste de México

Oaxaca, ejemplo de conservación del jaguar en el sureste de México 


17-10-2014    Radio Formula, Mexico


El coordinador de la Alianza de Conservación del Jaguar Mexicano, Gerardo Ceballos González, consideró que del cuidado de su hábitat depende que la población del jaguar crezca en México, por lo que es necesario pasar de los estudios científicos de cuidado a políticas públicas que comprometan su conservación y desarrollo.

Oaxaca cuenta con unos 400 ejemplares de jaguar, de los casi 4 mil que hay en el país, por el trabajo de conservación que se ha hecho expuso el coordinador de la Alianza de Conservación del Jaguar Mexicano, Gerardo Ceballos González.

En conferencia de prensa, para informar de la reunión regional Pacífico-Sur de la Alianza Nacional para la Conservación del Jaguar, dijo que Oaxaca, Chiapas, Tabasco y Sinaloa son los estados que tienen un mejor hábitat para el felino.

Consideró que del cuidado de su hábitat depende que la población del jaguar crezca en México, por lo que es necesario pasar de los estudios científicos de cuidado a políticas públicas que comprometan su conservación y desarrollo.

Dijo que mediante el censo realizado se detectaron 16 sitios en la República mexicana entre los que destacan Los Chimalapas y la Sierra Norte de Oaxaca, como áreas prioritarias para la conservación.

Destacó que a nivel nacional Oaxaca es un ejemplo por sus programas de preservación del jaguar mexicano logrando juntar a todas las instituciones y dependencias dedicadas a la preservación y conservación del felino para trabajar en conjunto.

Gerardo Ceballos especialista en conservación de Jaguar mexicano explicó que la caza furtiva y las enfermedades de animales domésticos, como el perro o gatos, son letales para este ejemplar y son causas fundamentales del deterioro de la especie.

Explicó que los grandes retos ambientales del siglo 21 para preservar al jaguar mexicano son el cambio climático, la fragmentación de hábitats y el balance del desarrollo con la conservación de la biodiversidad, todos, factores que amenazan no sólo al jaguar, sino a miles de especies.

El especialista admitió que el jaguar mexicano se reproduce en cautiverio lo cual no es un problema, sino que la dificultad se gesta cuando se trata de introducirlo a su hábitat debido a que no se adapta.

Anunció que dentro de los programas de conservación se plantea un primer programa de "encierro" de jaguar donde no verán a personas a fin de que no se acostumbren y donde se pueda enseñar a crías de jaguar decomisados todas sus conductas para ser reinsertados a la naturaleza.

Con relación a la caza aceptó que se han presentado sucesos donde se busca afinar mecanismos establecidos para salir adelante con este tipo de conflictos que se han dado como es el ataque a ganado.

De los cerca de 4 mil ejemplares de Jaguar mexicano que se estima existen en el país, el estado de Oaxaca registra por lo menos 400 de estos felinos que representan un 10 por ciento y junto con Chiapas y Guerrero suman 700 animales, estimó el investigador del Instituto de Ecología de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), Gerardo Ceballos González.

El investigador participará en la tercera reunión regional Pacífico Sur de la Alianza Nacional para la Conservación del Jaguar que se realizará en Oaxaca en conjunto con la Comisión Nacional de Áreas Naturales Protegidas (Conanp).
Oaxaca cuenta con unos 400 ejemplares de jaguar, de los casi 4 mil que hay en el país, por el trabajo de conservación que se ha hecho expuso el coordinador de la Alianza de Conservación del Jaguar Mexicano, Gerardo Ceballos González.

En conferencia de prensa, para informar de la reunión regional Pacífico-Sur de la Alianza Nacional para la Conservación del Jaguar, dijo que Oaxaca, Chiapas, Tabasco y Sinaloa son los estados que tienen un mejor hábitat para el felino.

Consideró que del cuidado de su hábitat depende que la población del jaguar crezca en México, por lo que es necesario pasar de los estudios científicos de cuidado a políticas públicas que comprometan su conservación y desarrollo.

Dijo que mediante el censo realizado se detectaron 16 sitios en la República mexicana entre los que destacan Los Chimalapas y la Sierra Norte de Oaxaca, como áreas prioritarias para la conservación.

Destacó que a nivel nacional Oaxaca es un ejemplo por sus programas de preservación del jaguar mexicano logrando juntar a todas las instituciones y dependencias dedicadas a la preservación y conservación del felino para trabajar en conjunto.

Gerardo Ceballos especialista en conservación de Jaguar mexicano explicó que la caza furtiva y las enfermedades de animales domésticos, como el perro o gatos, son letales para este ejemplar y son causas fundamentales del deterioro de la especie.

Explicó que los grandes retos ambientales del siglo 21 para preservar al jaguar mexicano son el cambio climático, la fragmentación de hábitats y el balance del desarrollo con la conservación de la biodiversidad, todos, factores que amenazan no sólo al jaguar, sino a miles de especies.

El especialista admitió que el jaguar mexicano se reproduce en cautiverio lo cual no es un problema, sino que la dificultad se gesta cuando se trata de introducirlo a su hábitat debido a que no se adapta.

Anunció que dentro de los programas de conservación se plantea un primer programa de "encierro" de jaguar donde no verán a personas a fin de que no se acostumbren y donde se pueda enseñar a crías de jaguar decomisados todas sus conductas para ser reinsertados a la naturaleza.

Con relación a la caza aceptó que se han presentado sucesos donde se busca afinar mecanismos establecidos para salir adelante con este tipo de conflictos que se han dado como es el ataque a ganado.

De los cerca de 4 mil ejemplares de Jaguar mexicano que se estima existen en el país, el estado de Oaxaca registra por lo menos 400 de estos felinos que representan un 10 por ciento y junto con Chiapas y Guerrero suman 700 animales, estimó el investigador del Instituto de Ecología de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), Gerardo Ceballos González.

El investigador participará en la tercera reunión regional Pacífico Sur de la Alianza Nacional para la Conservación del Jaguar que se realizará en Oaxaca en conjunto con la Comisión Nacional de Áreas Naturales Protegidas (Conanp).
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Monday, 13 October 2014

Jaguar starved to death in Brasil - 'We have to keep the environment in good condition'

'Temos que mantê-los em boas condições'

13-10-2014   Facebook, Leandro Silveira


Esta onça-pintada fêmea adulta foi capturada pela equipe do Instituto Onça-Pintada /Jaguar Conservation Fund, na margem direita do Rio Araguaia (Tocantins). 

Este animal recebeu um colar com GPS e foi monitorado por alguns meses até ser morto em retaliação a prejuízos que vinha causando em fazendas de gado. 

Esta é a onça mais magra e debilitada que já encontrei ao longo de todos os biomas brasileiros. O seu estado de saúde revela que, apesar da disponibilidade de hábitats naturais na região, as espécies presas que a onça come já são muito raras ou inexistentes. 

Esta onça estava nos limites de morrer de fome. Isto prova que não basta preservar hábitats. Temos que mantê-los em boas condições.

Leandro Silveira
Instituto Onça-Pintada (IOP)


This adult female jaguar was captured by the Jaguar Conservation Fund time at the Araguaia River (Tocantins). This animal received a necklace with GPS and was monitored for a few months until she was killed due to causing losses cattle farm. 

This is the most thin and weak jaguar that I've ever found over all Brazilian environments/biomes. The health condition reveals that, even though there are natural habitats available in the region, the species that participate in the jaguar's foodchain are already very rare or nonexistent. 

This jaguar was starving. That proves that we dont have just to preserve natural habitats. We have to keep the environment in good condition. 

Leandro Silveira
Instituto Onça-Pintada (IOP)


(Translation: Camila Akemi)

Saturday, 11 October 2014

Solving the human-jaguar conundrum, farm by farm: Costa Rica

Solving the human-jaguar conundrum, farm by farm 

(Source photo: Evaristo SA/AFP)

11-10-2014 Mitzi Stark, The Tico Times, Costa Rica


It’s not easy for humans and wildlife to live next to each other, and in Costa Rica, one of the primary examples of this has long been the conflict between people and jaguars. However, a project getting under way in Guanacaste and the Osa Peninsula – Costa Rica’s northwestern and southwestern regions, respectively – is trying to ease tensions between farmers, or ranchers, and jaguars. The objective of the program, sponsored by the National University (UNA), is to find ways for farmers to protect their cattle without killing the big cats.

The human-jaguar struggle dates back to the introduction of cattle by the Spaniards, but worsened in the 1970s when the Costa Rican government inadvertently placed the two species at odds through simultaneous programs: One, a homesteading initiative, encouraged farmers to set up shop in isolated and inhospitable places, thus infringing on animals’ habitats; the other, the country’s budding conservation movement, designated protected areas and refuges in those same areas. In recent years, a number of initiatives have emerged to try to address the problem and provide farmers and communities with alternatives while protecting jaguars.

Today, the situation is bad in Osa, said Carolina Sáenz-Bolaños, who coordinates the UNA Jaguar Program. Hunting, gold mining, loss of habitat and loss of prey have reduced the population there. In Guanacaste, on the other hand, jaguar numbers seem to be increasing, along with the risk of conflict. The idea of this latest initiative of the Jaguar Program is to work with local people in both regions to show that they can live with wildlife while also protecting their cattle and other domestic animals. In the weeks to come, Sáenz-Bolaños and colleagues will meet with farmers and ranchers at cattle auctions to explain the project and test their interest.

Similar programs are working in Venezuela, Brazil, Mexico and other places, but need to be adapted to Costa Rica and to the size and type of farming in the target areas. Some solutions are easier than others. For example, explained Sáenz-Bolaños, if the cattle drink in a river, farmers can provide them with water in a more secure area. Corrals can be used to protect cattle, especially at night. Radio music will make the cats think people are nearby. Dividing a pasture into quarters and moving the cattle every day will make them harder to find. Lights, even firecrackers, can be useful in keeping jaguars at bay. Burros, or donkeys, can be added to the herd, because they make noise that alerts the cattle about the presence of cats; older cows and bulls with big horns tend to warn off jaguars as well, and moving cattle away from wooded areas will also help.

And then there are water buffalo.  In Venezuela, Sáenz-Bolaños said, they have herds of buffalo that are able to resist attacks yet provide as much milk as cows, if not more, and Costa Rica has herds of its own that provide an alternative here as well.

These are a few of the tricks that keep cattle safe. However, Sáenz-Bolaños said program workers will analyze each participating farm by size, location and other factors to determine the best methods.
The Jaguar Program is part of a larger, umbrella organization, the International Institute for Conservation and Managing Wildlife (ICOMVIS), an interdisciplinary program that borrows students and teachers from different departments to study and implement conservation projects. Their work with jaguars began in 1990 in Corcovado National Park to study their habits and food sources.  Later, they began using cameras to capture images of the cats and identify them.

Jaguars range through forested areas, in the Caribbean area, Osa, Guanacaste and national parks. Their diet is meat; wild pigs are most common, but monkeys, deer, turtles, sloths and other animals also are prey. The powerful cats can weigh up to 200 pounds. The brown-colored pumas, or mountain lions, are smaller and share wooded areas with jaguars. Both species are endangered and protected.
Another new phase of the Jaguar Program is educational outreach to address underlying cultural issues. Education students and teachers from UNA have been working with schools in the areas to show that jaguars and pumas are not the terror that legends and tales speak of, but are part of an ecosystem.

“If the children learn now, when they are small, they will be less likely to hunt them or destroy their environment” later on, Sáenz-Bolaños said. A coloring book about the life of jaguars is one of the tools the program uses. Teachers write stories about jaguars, and students have used radio campaigns and other media to reach the public.

“It’s about changing the mentality of the people,” Sáenz-Bolaños explained. “People trust the university and have been receptive.”

Toddler falls into jaguar pit at Arkansas Zoo

Toddler falls into jaguar pit at Arkansas Zoo 

(Source photo: NBC News)

 11-10-2014  Los Angeles Times

Toddler falls into jaguar cage at zoo and is saved by zoo workers
Child who falls into jaguar exhibit is saved by quick-thinking zoo workers
Young boy suffers fractured skull, bite wounds after falling into jaguar exhibit at Arkansas zoo


A toddler who fell into a jaguar pit at an Arkansas zoo Friday morning escaped with non-life threatening injuries after staff members used fire extinguishers to keep the animal at bay, police said.
Sgt. James Sloan, a spokesman for the Little Rock Police Department, told the Los Angeles Times that the child plummeted into the exhibit at the Little Rock Zoo at about 10:45 a.m.

The child slipped under the railing while his father was trying to take pictures of the animals, and fell roughly 16 feet to the ground, according to a police report.

A yellow jaguar and a black jaguar began to circle the boy, causing a panicked scene as several staff members went into the pit after the child and the boy's relatives threw items at the cats.

One of the cats placed its mouth around the neck of the child, who also suffered a bite wound to the foot, according to the police report. Several of the boy's family members and other onlookers also threw a hose and a camera bag at the animals, while staff members raced into the pit with fire extinguishers, according to the police report.

Eventually, staff members used a ladder to rescue the child, according to the report.
Sloan told The Times that staff members have been trained to spray animals with fire extinguishers if a visitor enters an exhibit. Calls to the zoo seeking comment were not returned.

The boy was taken to an area hospital and treated for a skull fracture and "minor puncture wounds," according to the police report.


CNN reports:

"The child's condition is critical," said Dan McFadden, director of communications for the hospital. "We respect the wishes of the child's guardian who asked that the child's name and any additional information not be shared at this time."

Though doctors say the wounds are not life-threatening, the toddler had an extensive scalp laceration, a depressed skull fracture and minor puncture wounds, according to the police report.

"Our thoughts and prayers are with the child and the family. The safety of our citizens is of paramount value and our staff followed training procedures on rescuing the child and were able to respond quickly and efficiently and work with emergency personnel, said Bruce Moore, Little Rock city manager, in a statement.

City officials said a full investigation into the incident is being conducted.

Saturday, 4 October 2014

As onças cativas do Brasil

As onças cativas do Brasil  

04-10-2014  Juliana Arini, Planeta Sustentavel

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O crescimento das cidades e da fronteira agrícola alimentam um silencioso conflito no Brasil: a proximidade cada vez maior dos grandes felinos com as áreas urbanas. Em menos de três meses uma onça-pintada foi filmada nas ruas de Corumbá e uma onça-parda invadiu uma residência em Campo Grande, ambos os casos no Mato Grosso-do-Sul. Outra onça-parda (usando uma coleira) foi resgatada de cima de uma árvore, em Chapecó, em Santa Catarina, e em Goiás, um pedreiro foi surpreendido por um grande felino nos escombros de uma obra. Há uma semana, um filhote foi recolhido após vagar pela rodovia BR-040, no entorno do Distrito Federal. Qual será o destino de todos esses felinos selvagens que ousaram invadir as cidades?

Faminto e abatido, o filhote de onça-parda é entre todos, o que possuí menos chances de conseguir voltar para o seu habitat. “A onça, seja das espécies parda ou pintada, é um animal que precisa conviver com a mãe para aprender a caçar e a sobreviver”, afirma Ronaldo Morato, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), do Icmbio. “Quando recolhidos muito filhotes, esses animais dificilmente sobrevivem livres na natureza”, diz.  O destino mais provável da pequena onça-parda pode ser duas décadas de confinamento, o tempo médio da vida deste felino em cativeiro.

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Com sorte, a pequena suçuarana, como também são conhecidas as onças-pardas, será encaminhada para um criadouro com recinto adequado. Até lá, ficará em algum Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) –  empreendimentos autorizados pelo Ibama para receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar animais silvestres provenientes de fiscalização, resgate ou entrega voluntária de particulares. Por seu caráter provisório, nem sempre os Cetas conseguem ser o melhor abrigo em longo prazo.

“Eu comecei o meu criadouro por causa de uma onça-pintada que vivia em uma pequena jaula de um Ceta. O animal veio de um zoológico municipal, onde ficou anos sem alimento e assistência veterinária adequados. Ele mal andava”, diz Luciano Saboia, proprietário do Criadouro Onça-pintada, onde mantém mais de 2,2 mil animais silvestres de 198 espécies, no Paraná. “Acabei criando um criadouro legalizado para receber essa onça e lhe dar um recinto digno para viver. De lá pra cá, ajudar os animais virou uma missão de vida”.

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Saboia e a esposa Cristiane  – ambos médicos oncologistas – investem recursos próprios para manterem os animais em um área de 132 hectares. Além de 12 onças (seis pintadas e seis pardas), eles trabalham com a reprodução e reintrodução na natureza de animais que já foram extintos em algumas regiões do país, como as aves mutum-do-sudeste e o cardeal-amarelo. Porém, nunca executaram esse tipo de ação com onças.

“É um trabalho custoso e há pouco apoio do governo e das empresas para quem lida com os animais silvestres. Eu basicamente invisto recursos próprios em tudo. Para fazer a reabilitação das onças para viverem na natureza, eu precisaria de mais estrutura. Apesar de saber que em países como Guatemala e Costa Rica eles estão tendo muito sucesso nesse tipo de ação com onças-pintadas em áreas onde elas antes estavam extintas”, explica.

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Mas, nem tudo está perdido para os filhotes de onça no Brasil.  O Projeto Abayomi, que atua em Campinas, em São Paulo, é o primeiro passo para tentar ajudar esses animais. A iniciativa surgiu por causa de três filhotes órfãs de onça-parda, nascidos na natureza e separados brutalmente de suas mães por imprudência e despreparo das equipes de resgate.

Raquel, um dos três filhotes, poderá ser a primeira parda criada em cativeiro a ser reabilitada a viver livre na natureza. Além de buscar liberdade para os filhotes, o projeto atua na criação de um corredor ecológico que possibilite o retorno das onças-pardas para as matas da região.

O mais difícil é reeducar o homem a presença das onças. “Primeiro, estamos trabalhando nas regiões de plantio da cana-de-açúcar. Com a proibição gradativa da queima do bagaço pós-colheita, os casos de filhotes retirados indevidamente dos ninhos aumentou”, afirma Márcia Gonçalves, coordenadora do projeto e analista ambiental do Icmbio. “Nossa meta é conscientizar os fazendeiros e funcionários das áreas de plantio a não mexerem nos filhotes, pois as mães tendem sempre a retornar para buscá-los. Basta isolar a área por um tempo”.

Outra ação do projeto é tentar convencer a população que o retorno das onças-pardas é algo benéfico. “O desaparecimento desses felinos desencadeou um grande desequilíbrio ambiental, com efeitos como uma superpopulação de capivaras – o  principal alimento das onças. Hoje, muitas desses roedores estão contaminadas com febre-maculosa”, explica Marcia.  A zoonose é transmitida aos seres humanos pela picada do carrapato-estrela. A doença causa febre, necroses das extremidades e nos casos mais graves leva à morte.

Infelizmente, o projeto não atua com onças-pintadas, apenas com pardas. A readaptação das onças-pintadas  foi testada apenas uma vez no Brasil, na região Centro-Oeste. Mas, como as onças-pintadas não temem tanto o homem quanto as pardas, os felinos acabaram entrando em áreas de fazenda, o que fez com que precisassem serem recapturados.

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As dificuldades aumentai para os animais adultos e há anos acostumados com a presença humana. Nesses casos só há um destino: a vida em cativeiro. Nesses casos, manter os animais menos selvagens é uma opção para proporcionar mais qualidade de vida para estes. “Se você  tem um bicho que não tem possiblidade de voltar para a natureza, a melhor forma de lidar com ele é mantê-lo mais acostumado ao contato humano”, explica Gilberto Miranda, especialista em comportamento animal, que também cria felinos (no caso tigres). Isso não significa que as onças devam virar uma espécie de “pet”. A medida tem a finalidade apenas de evitar que seja necessário fazer o uso constante de tranquilizantes nos momentos de contato com veterinários e medicação. “Por mais manso que esses felinos pareçam, as regras básicas de manejo devem permanecer. Eu nunca entro no recinto sozinho, por exemplo”, afirma Miranda.

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Enquanto as onças sofrem com as consequências do indesejado contato com as cidades e o avanço da fronteira agrícola, e a reintrodução de filhotes na natureza (ainda) é uma solução em teste,  manter grandes áreas intocadas continua a ser a medida mais eficaz de preservação dos grandes felinos.
“Para se garantir o futuro das onças, o mais importante é matermos ambientes naturais inalterados e com pouquíssimo contato com a civilização”, diz Douglas Trent, coordenador de pesquisa do Projeto Bichos do Pantanal, que atua no Pantanal de Cáceres, no Mato Grosso. “Se as cidades e fazendas continuarem a se expandir descontroladamente, é possível que em 50 anos, o Pantanal esteja entre as poucas áreas possíveis de garantir a manutenção de grandes populações de onças-pintadas no mundo. Esse é mais um motivo para lutarmos pela preservação dessa região”, conclui.

Fotos:
Douglas Trent/Projeto Bichos do Pantanal
Criadouro Onça-pintada
Projeto Aboayomi